O movimento sindiacal reivindica a retirada do patrocínio do banco Santander à La Liga espanhola, pelos seguidos atos de racismo direcionados ao jogador brasileiro Vinícius Júnior durante o campeonato. Espanhol da La Liga
O posicionamento do movimento sindical reflete a indignação em relação aos atos racistas ocorridos na La Liga, destacando a necessidade de medidas mais enérgicas e efetivas para combater o racismo no futebol internacional. A entidade sindical conclama o Santander a reconsiderar seu patrocínio à liga espanhola, visando enviar uma mensagem clara de rejeição a quaisquer manifestações discriminatórias.
Na primeira vez que o atacante foi vítima de ofensas racistas na Espanha, o brasileiro atuava no clássico Real x Camp Nou, no estádio do adversário. Um torcedor ofendeu Vini Jr e o caso foi denunciado ao Ministério Público espanhol, mas foi arquivado porque o órgão afirmou não conseguir identificar o agressor. Na ocasião, Vini Jr demorou sete dias para falar sobre o ocorrido. Quando o fez, disse que não costuma dar importância “a estas coisas”, mas que o agressor “merecia um castigo severo, para não repetirem”.
Vini Jr. foi xingado pela torcida após marcar um dos gols da partida. O caso, mais uma vez, foi denunciado às autoridades, que arquivaram a ação por não constatarem crime de ódio. Meses depois do ocorrido, Antonio Raillo, capitão do Mallorca, disse que Vini Jr. provoca a torcida e “quando é chamado de provocador, ele usa o coringa do racismo”.
O agente de futebol Pedro Bravo proferiu um comentário racista contra Vini Jr. ao criticar as danças feitas pelo jogador nas comemorações de gols. Em um programa de futebol na TV espanhola, o homem disse que o atleta precisava “deixar de fazer macaquice”.
“Dizem que a felicidade incomoda. A felicidade de um preto brasileiro, vitorioso na Europa incomoda muito mais,” comentou Vini.
O caso teve grande repercussão e deu origem ao movimento “Baila, Vini”, com apoio de outros jogadores e torcedores que usaram as redes sociais para apoiar a expressão do atleta ao comemorar os pontos na partida.
Os torcedores do Atlético foram gravados fora do estádio, antes da partida, enquanto entoavam um cântico racista que chamava Vini Jr. de “macaco”, próximo aos torcedores do Real. Mais uma vez, o caso foi denunciado às autoridades espanholas, que arquivaram o caso, outra vez. A justificativa foi de que as provocações ocorreram dentro da normalidade do contexto de um jogo de futebol e que as ofensas racistas duraram “apenas alguns segundos”.
Ao ser substituído aos 42 minutos do segundo tempo, Vini foi alvo não só de xingamentos racistas como também de objetos jogados pela torcida do time rival. Alguns torcedores chegaram a imitar sons de macacos.
Na ocasião, Vini Jr direcionou a insatisfação, pela primeira vez, para a La Liga. “Os racistas seguem indo aos estádios e assistindo ao maior clube do mundo de perto, e a La Liga segue sem fazer nada. Seguirei de cabeça erguida e comemorando as minhas vitórias e do Madrid,” desabafou nas redes sociais.
Um dia antes de Real x Atlético entrarem em campo, os torcedores do Atlético penduraram um boneco vestido com a camisa de Vini Jr em uma ponte, em uma cena que simulou um enforcamento do atleta brasileiro.
A partida contra o Mallorca não foi fácil para Vini Jr.: o atleta sofreu 10 faltas ao longo do jogo e foi ofendido por um torcedor do time adversário, que gritava “macaco” de maneira incessante.
O homem foi identificado e banido dos jogos do Mallorca por 12 meses. Ele também enfrenta processo das autoridades espanholas por já ter protagonizado um episódio racista contra outro jogador.
Treze dias depois do último ataque racista, Vini Jr. voltou a ser ofendido em uma partida contra o Osasuna. Ele foi alvo de xingamentos racistas, como “puto negro” e foi atacado até mesmo durante o minuto de silêncio feito em memória das vítimas dos terremotos na Turquia e na Síria.
O ataque foi feito quando Vinicius cobrou um escanteio. Os torcedores do Real Betis chamaram o atacante de “macaco”. A La Liga disse ter encaminhado o caso às autoridades espanholas.
Mais uma vez, os torcedores do Barcelona foram denunciados por xingamentos racistas contra Vini Jr. A La Liga disse que houve “um intolerável comportamento racista” e que reportou os insultos à Corte de Instrução de Barcelona.
Aos 24 minutos do segundo tempo da partida, do Real Madrid contra o Valencia, neste domingo (21/5), o atacante foi interrompido em uma jogada em direção ao gol, com a invasão de uma segunda bola em campo. Vini e outros torcedores do Real Madrid reclamaram da interrupção e os torcedores do Valencia não gostaram da reclamação. Responderam chamando Vini Jr de “macaco”.
Fonte: Seeb/SP
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