A rotina começa cedo, termina tarde e, muitas vezes, nem tem pausa. Para quem é pai ou mãe, trabalhar fora de casa é apenas uma das muitas tarefas do dia. Entre lancheiras, reuniões, boletos e noites mal dormidas, a saúde mental vai ficando em segundo plano, até começar a cobrar a conta.
A sobrecarga emocional de pais e mãesno mercado de trabalho ainda é invisível para muitas empresas. Falta empatia, escuta e políticas reais de apoio à parentalidade. Muitos lidam com uma pressão silenciosa: o medo de faltar quando o filho adoece, a culpa por sair no horário, a ansiedade de não ser levado a sério porque precisa conciliar a família com o trabalho.
Mas isso não é só uma questão de rotina, é uma questão de saúde mental. De acordo com dados da OMS, o Brasil está entre os países com maior índice de ansiedade do mundo.
E quem tem filhos pequenos enfrenta desafios que raramente são considerados em metas, avaliações ou políticas internas. A ideia da “mãe guerreira” ou do “pai provedor” virou um rótulo que mascara o cansaço, o medo da demissão, o esgotamento emocional e a solidão.
Cuidar da saúde mental dessas pessoas não é um bônus: é uma necessidade. Empresas mais humanas já entenderam isso e estão promovendo mudanças importantes, como horários mais flexíveis, escuta ativa, acolhimento em situações familiares e respeito ao tempo da família. São atitudes que não exigem grandes investimentos, mas que fazem toda a diferença no bem-estar de quem trabalha e cuida ao mesmo tempo.
Também é papel das lideranças reconhecer que produtividade não é sinônimo de disponibilidade total. Políticas de licença parental justa, apoio psicológico e práticas inclusivas ajudam a criar um ambiente de trabalho onde é possível ser profissional sem precisar esconder a vida pessoal.
Pais e mães são o sustento de muitas casas, e não deveriam carregar sozinhos o peso de cuidar de tudo. Respeitar esse papel, acolher suas necessidades e garantir saúde emocional no trabalho é um dever, não um favor.
Porque ninguém consegue sustentar o mundo inteiro sozinho, nem mesmo quem sempre tenta. (Fonte : R7).