Praça dos três poderes Brasília – foto reprodução –
Benefício rende remunerações apenas pela participação em reuniões dos colegiados; ao menos 323 aliados do governo gozam do benefício (por Redação)
Criado para remunerar o trabalho extra de agentes públicos em conselhos de empresas com a participação do governo federal, os jetons se transformaram em uma espécie de benefício a aliados. O recebimento dessa gratificação rende remunerações apenas pela participação em reuniões dos colegiados, realizadas periodicamente em intervalos que variam de acordo com normas de cada organização.
Com os adicionais, os valores dos contracheques podem chegar a mais de R$ 80 mil. O benefício alcança ministros, secretários-executivos, chefes de gabinete, assessores do Palácio do Planalto, servidores comissionados, dirigentes do PT, ex-parlamentares do partido e até apadrinhados do Congresso. Ao menos 323 aliados do governo recebem jetons, como mostrou o Estadão.
No episódio desta semana do Ilustríssimo Privilégio, o colunista do Estadão Pedro Fernando Nery e o repórter Weslley Galzo explicam como os jetons se transformaram em uma fonte de dinheiro extra a quem é próximo do governo e, em alguns casos, são custeados com o desconto em folha de trabalhadores de alguns setores.
Entidades do Sistema S, como o Sesc e o Senac, contam com ministros de Estado em seus conselhos – o que lhes garante o recebimento de jetons. Como mostrou o Estadão, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou de duas reuniões na instituição no último ano, segundo informações da sua agenda oficial, e recebeu R$ 28 mil por mês em honorários. Ao final daquele ano, o ministro somou R$ 257 mil, o equivalente a R$ 128,5 mil por reunião, de acordo com os dados do Portal da Transparência.
Nery aponta que o Sistema S mobiliza R$ 30 bilhões sem estar submetido aos mesmos padrões de controle das empresas e órgãos do governo federal. O Senac, por exemplo, não divulgou em seus canais oficiais quanto pagou em jetons ao ministro da Educação, Camilo Santana, que integra o seu conselho e participou de ao menos uma reunião no ano passado. (Fonte: Estadão)
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