O governo brasileiro privatizou três aeroportos, sendo dois deles em São Paulo e um em Brasília, com concessões a particulares por um total de 24,534 bilhões de reais (14,305 bilhões de dólares), em um leilão realizado nesta segunda-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
O vencedor da concessão do aeroporto internacional de Guarulhos (São Paulo), o mais transitado do país, foi o consórcio formado por Invepar, OAS e a sul-africana ACSA, após uma oferta de mais de 9,454 bilhões de dólares.
O terminal de Viracopos (na cidade paulista de Campinas) foi outorgada ao consórcio formado por Triunfo Participações, UTC Participações e a francesa Egis após uma oferta de 2,227 bilhões de dólares. Já a concessão do aeroporto de Brasília foi vencida pelo consorcio de Engevix e a argentina Corporación América, por 2,623 bilhões de dólares.
Onze empresas haviam apresentado 22 propostas para a licitação dos três aeroportos.
As empresas, anunciadas nesta segunda-feira na Bolsa de Valores de São Paulo, disputaram a concessão de mais de 20 anos para ampliar e manter os aeroportos internacionais Governador André Franco Montoro, em Guarulhos (São Paulo), Viracopos (na cidade paulista de Campinas) e Presidente Juscelino Kubitschek (Brasília), que são responsáveis por 30% do fluxo de passageiros no Brasil.
Os valores mínimos exigidos pela Agência Nacional de Aviação Civil às empresas postulantes foi de 3,4 bilhões de reais (US$ 1,982 bilhões) para o aeroporto de Guarulhos, o maior do país, 1,5 bilhão reais (US$ 874 milhões) para o de Campinas e 582 milhões de reais (US$ 339 milhõs) para o de Brasília.
Uma das principais exigências da licitação foi que a concessionária de cada aeroporto concluísse as obras para a Copa do Mundo de 2014, disse a ANAC em seu comunicado oficial.
Para o terminal de Guarulhos, que terá um prazo de concessão de 20 anos e recebeu 10 propostas de concessão, as autoridades estimam investimentos de 1,380 bilhão de reais (US$ 804 milhões) até o Mundial, para a construção de um novo terminal com capacidade para sete milhões de passageiros ao ano.
Em Brasília, que terá um prazo de concessão de 25 anos e recebeu oito propostas, os investimentos devem ser de 626,53 milhões de reais (US$ 365 millones) até 2014 para construir um nova terminal que pode receber dois milhões de passageiros ao ano.
No caso de Viracopos, com 30 anos de concessão e que recebeu quatro propostas, os investimentos até o mundo Mundial deverão somar sumar 873,05 milhões de reais (US$ 509 milhões), que incluirão um nova terminal para 5,5 milhões de passageiros ao ano.
O Brasil, que organiza seu segundo Mundial, está em uma corrida contra o tempo para entregar a tempo os estadios das 12 sedes e terminar as gigantescas obras de infraestrutura necessárias para o evento, que até agora apresentam grandes atrasos.
No domingo, o presidente da FIFA, Joseph Blatter, afirmou em Assunção que o Brasil organizará um Mundial extraordinário em 2014, mas que ainda faltam garantias à organização do evento.
“Os estádios ainda não estão prontos, há problemas nos aeroportos, rodovias, mas no fim tudo estará pronto”, disse.
A ANAC espera que para o início de maio estejam dadas as condições para transferir a administração dos aeroportos às concessionárias.
No ano passado, passaram pelo terminal internacional de São Paulo um total de 18,6 milhões de passageiros, contra 15,4 milhões em Brasília e 7,4 milhões em Campinas, segundo estatísticas da Infraero.
Em agosto foi entregue por um concurso a construção e operação do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, próximo à cidade de Natal (nordeste), também ao consórcio Inframérica. (Fonte: Jornal do Brasil).