Bancos fecharam 856 agências no Brasil em 2024.

Apesar de ser uma das instituições financeiras mais utilizadas pela população brasileira, somente em 2024 o banco Itaú anunciou o encerramento definitivo de 227 agências em todo o país. O movimento faz parte de um plano de reestruturação nacional, que pode ser ampliado nos próximos meses, informou o banco.

Nos últimos anos, os principais bancos privados do Brasil têm acelerado o fechamento de unidades físicas, em sintonia com uma tendência global de digitalização dos serviços financeiros. Desde 2014, instituições como Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasilreduziram significativamente suas redes de atendimento, impulsionadas pela migração das transações para plataformas digitais, como os aplicativos para celulares, internet banking e até mesmo auto atendimento nas agências físicas, tudo sob a alegação da necessidade de cortar custos operacionais.

Em 2024, o ritmo se intensificou: 856 agências encerraram atividades pelo Brasil afora, contra 679 no ano anterior. O movimento é uma resposta direta à concorrência com bancos digitais e à busca por maior eficiência.

Por que os bancos estão fechando agências?

Segundo os bancos, a principal razão está no comportamento do consumidor. Com a popularização dos smartphones e a ampliação do acesso à internet, cada vez mais clientes realizam transações online, sem precisar do atendimento presencial. Além disso, a pressão por redução de custos e aumento da rentabilidade levou os bancos a revisar a viabilidade de manter estruturas físicas espalhadas pelo país.

O Bradesco, por exemplo, fechou 1.300 unidades em 2024, destacando a necessidade de ajustar sua presença para atender de forma sustentável a população de baixa renda. A instituição aposta em novos modelos de atendimento via aplicativos. Já o Santander projeta uma redução de até 50% de sua rede física até o final deste ano.

Digitalização: benefícios x desafios

A digitalização traz ganhos em agilidade e conveniência, mas exige investimentos robustos em tecnologia e segurança. Em 2024, o Banco do Brasil destinou R$ 2,2 bilhões para tecnologia, um aumento de 60% em relação a 2023.

Ao mesmo tempo, surge o desafio da inclusão. Nem todos os brasileiros têm acesso fácil à internet ou domínio das ferramentas digitais, principalmente os clientes idosos que resistem às mudanças e recorrem ao atendimento presencial gerando filas nos primeiros dias de cada mês para receberem seus benefícios da Previdência Social nos caixas de auto atendimento com auxílio de funcionários das agências. Para tentar equilibrar o processo, algumas instituições estão apostando em modelos híbridos, que unem atendimento físico e digital.

Impacto em Nova Friburgo e região

Na Região Serrana do Rio, os reflexos do fechamento de agências bancárias também são sentidos. Em Nova Friburgo, pelo menos três agências do Bradesco e duas do Itaú encerraram atividades em apenas um ano, resultando em 38 demissões. Outros municípios vizinhos, como Cantagalo, Trajano de Moraes, Macuco, São Sebastião do Alto e Santa Maria Madalena, também perderam agências, todas do Bradesco, segundo informou o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Nova Friburgo e região (Seeb).

O futuro dos bancos

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estima que os investimentos em tecnologia continuarão em alta, chegando a R$ 47,4 bilhões em 2025. O foco do setor está em garantir que a transição digital seja ao mesmo tempo eficiente e inclusiva.

Para isso, os bancos não só investem em sistemas digitais, mas também em educação financeira e suporte ao cliente, buscando reduzir as barreiras de acesso para os que ainda enfrentam dificuldades no mundo online. (Fonte: A Voz da Serra).