Após 60 reclamações em um ano, promotoria aponta pressão por metas e venda casada de seguros. Banco tem 30 dias para mudar práticas (Por Nikolas Pimentel)
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de João Pinheiro, emitiu uma Recomendação Administrativa ao Banco Mercantil do Brasil S/A para que a instituição cesse imediatamente práticas consideradas abusivas na concessão de crédito a consumidores, especialmente os mais vulneráveis, como idosos, analfabetos e pessoas com deficiência.
A medida foi tomada após a instauração de uma investigação pelo PROCON, que apurou 60 reclamações registradas contra o banco apenas no ano de 2024 em João Pinheiro. As queixas estão relacionadas, principalmente, a empréstimos pessoais e consignados que os clientes afirmam não ter contratado, além de outros que, mesmo reconhecidos, não foram explicados de forma clara.
Segundo o documento expedido pelo promotor de justiça Flávio Barreto Feres, muitos consumidores relataram desconhecer a contratação de empréstimos com juros elevados e de múltiplos produtos financeiros, como seguros e cartões de crédito consignado, que são “empurrados” sem o consentimento expresso.
A Promotoria também colheu depoimentos de ex-funcionários do banco que confirmaram a existência de uma “pressão significativa” para o cumprimento de metas comerciais, o que poderia comprometer a transparência e a boa-fé no atendimento.
Na recomendação, o Ministério Público determina que o banco:
O Banco Mercantil do Brasil tem o prazo de 30 dias para informar à Promotoria, de forma documentada, as providências que foram adotadas para cumprir integralmente a recomendação. O descumprimento poderá levar a medidas judiciais, como uma Ação Civil Pública, sem prejuízo de outras responsabilizações.
O JP Agora procurou a assessoria de comunicação do Banco Mercantil do Brasil para um posicionamento sobre a recomendação do Ministério Público e aguarda uma resposta. O espaço segue aberto para manifestações.
Fonte: JP Agora
Notícias: FEEB-SC