

O Banco Central encerrou o projeto do Drex, o Real Digital. A decisão foi tomada durante uma reunião com representantes dos consórcios que integravam a iniciativa, e o desligamento da plataforma poderá ocorrer já na próxima semana.
Pedro Magalhães, empreendedor no mercado de ativos digitais, felicita o encerramento da iniciativa. Segundo ele, a plataforma desenvolvida para o Drex foi encerrada pelo Banco Central por não atender aos critérios mínimos de privacidade e por custos elevados de transação.
Victor Valente, advogado especialista em criptoativos, confirmou à Gazeta do Povo que o assunto já vinha sendo amplamente comentado no setor: “O ecossistema aguarda maiores esclarecimentos sobre resultados alcançados e valores despendidos”.
De acordo com o Valor Investe, uma pessoa ligada ao projeto teria descartado o fracasso da experiência, já que teria evidenciado os benefícios que a tecnologia blockchain pode proporcionar. “O entendimento do Banco Central é que não é viável manter uma infraestrutura estatal para viabilizar esses negócios”, disse a fonte ao portal.
O projeto do Drex foi alvo de questionamentos, especialmente por representantes da direita, que afirmavam que o Real Digital poderia se tornar um instrumento de “vigilância estatal” e de “censura e controle social”.
Em agosto deste ano, o coordenador do Drex no Banco Central, Fábio Araújo, informou que o BC deixaria de lado o uso da tecnologia blockchain, pois não teria sido possível garantir a privacidade das transações entre instituições financeiras. Desde então, a autoridade monetária não se pronunciou oficialmente sobre o tema.
Em setembro, houve adiamento no lançamento da iniciativa, além da redução do escopo do projeto, que passou a ter uma versão mais “tímida”. À época, as informações indicavam que o Drex seria utilizado apenas em transações entre instituições participantes, sem acesso direto do público.
Diante da falta de garantias de privacidade — já que as redes blockchain são essencialmente públicas —, chegou-se a cogitar que alguns produtos financeiros tokenizados pudessem ganhar uma versão simplificada, com liquidação fora do ambiente digital. O próprio BC admitiu, no início de 2024, que a questão da privacidade não havia sido resolvida. (Fonte: Gazeta do povo).