Na era do Pix, bancos permitem enviar dinheiro até para quem não tem conta

A situação é estranha, mas você já deve ter passado por ela: imagine estar sem dinheiro vivo, mas precisar pagar alguém que não tem Pix ou conta no banco. E agora? Saiba que há uma solução.

Chamada de “saque digital”, a função permite que você mande uma espécie de ordem de saque a partir do app de alguma instituição financeira, para que o dinheiro seja retirado em algum caixa 24 horas. Criada pela TecBan, administradora dos caixas eletrônicos vermelhinhos do Banco24Horas, a solução existe há mais de três anos, mas é conhecida por pouca gente.

Como o uso do dinheiro em espécie é fundamental para girar a economia, esse tipo de tecnologia faz muita diferença. Com ela, podemos usar recursos digitais para fazer as coisas acontecerem no mundo real que, afinal, é onde vivemos
Leonardo Mariatti, gerente executivo de manutenção da TecBan

Como liberar um saque pelo app?

O “saque digital” basicamente usa um QR Code ou token, na tela do celular, para autorizar um saque em nossa conta. Funciona assim:

1. Abra o aplicativo do seu banco e encontre a opção “Saque Digital”;
2. Digite o valor;
3. Escolha se quer liberar o dinheiro por QR Code ou token (código numérico);
4. Se for pagar alguém, use o token e mande para quem fará o saque, junto com o número de seu CPF;
5. A partir daí, o destinatário precisa ir a um caixa eletrônico do Banco24Horas
6. Ele deve escolher a opção “Saque Digital”;
7. Digitar o token ou aproxime o celular para a leitura do QR Code;
8. Aí é só pegar o dinheiro.

O processo pode ser usado tanto para pagar outras pessoas quanto para você mesmo conseguir fazer um saque em uma situação atípica — sair sem o cartão e acessar o caixa com biometria, por exemplo.

Segundo a Tecban, foram feitas mais de 43,7 milhões de transações de Saque Digital nos caixas do Banco24Horas, movimentando mais de R$ 10 bilhões desde a sua criação. Ao todo, 42 instituições financeiras, entre tradicionais e digitais, aderiram à função.

Além disso, outros bancos oferecem serviços próprios e similares de saque sem cartão, caso de Banco do Brasil e Caixa.

Caixa eletrônico portátil

Apesar de vivermos na era do Pix, o dinheiro físico continua em alta no Brasil. Segundo o Banco Central, há cerca de R$ 340 bilhões em circulação na forma de cédulas e moedas. Em 2019, eram R$ 280 bilhões.

A TecBan ressalta que essa tendência é mais evidente entre os mais pobres e nas regiões mais isoladas do país.

Nosso público é mais da classe C e D. Essas pessoas, em geral, preferem lidar com dinheiro vivo. Seja por não confiarem nas tecnologias, ou por não terem acesso pleno à internet, smartphones e computadores. Também há a questão do endividamento. Algumas pessoas não querem que o dinheiro passe pela conta, para que o banco não pegue
Leonardo Mariatti

Pensando nisso, a empresa criou soluções para facilitar o acesso ao dinheiro, mesmo em locais onde que não tenha condições logísticas para instalar e manter um caixa eletrônico. Dois dispositivos deixam as pessoas usarem as notas que estão na registradora de estabelecimentos comerciais, como mercados e conveniências.

Voltados para cidades e bairros afastados, ambos funcionam assim: você saca da sua conta e o funcionário te entrega o dinheiro, diretamente do caixa da loja. Ela recebe uma transferência em tempo real deste valor e ganha uma comissão, fixa por transação.

O mais portátil, chamado Atmo, fica junto ao caixa do estabelecimento e é operado pelo funcionário. Nele, dá apenas para fazer saques e consultar saldo. Há 481 em funcionamento pelo Brasil.

Já na versão totem, que parece um caixa eletrônico sem cofre, é possível realizar todos os mais de 90 serviços do sistema, em mais de 150 instituições financeiras, como pagamentos e transferências. A própria pessoa opera a máquina — só precisa de um funcionário para pegar o dinheiro de um saque. Há 58 deles em operação.

O Atmo e o totem estão em todas as regiões do Brasil e somam 788 mil transações realizadas e R$ 105 milhões sacados entre 2020 e 2022. Até o final deste ano, a empresa pretende ter um total de 670 destes equipamentos espalhados pelo país.

• Norte: 49 Atmos e 14 totens
• Nordeste: 179 Atmos e 43 totens
• Centro-oeste: 23 Atmos
• Sudeste: 160 Atmos e 1 totem
• Sul: 70 Atmos

Com os dispositivos portáteis, o Banco24Horas, presente em mais de mil cidades com caixas eletrônicos, quer ampliar sua capilaridade e facilitar a recirculação de dinheiro, especialmente em locais com pouca infraestrutura. “Um bom exemplo é o estado do Amazonas. Em 2021, estávamos presente em três cidades, atendendo o equivalente a 56% de sua população. Agora, já são 18 municípios com as novas soluções, o que significa a inclusão financeira de 80% dos habitantes do estado”, informa a empresa.

“Para os clientes, a solução proporciona mais praticidade e conveniência, já que podem sacar o dinheiro no mesmo local onde fazem as compras. Para os donos de estabelecimentos, o saque do dinheiro físico traz eficiência nos custos com a gestão e com o transporte do dinheiro, além de diminuir a quantidade de numerário armazenado.”

Fonte: UOL

Notícias: FEEB-SC