Muitas empresas estão exigindo que seus funcionários retornem aos escritórios. Contudo, grande parte deles não está disposta a fazer isso. Uma pesquisa realizada pelo jornal The Washington Post e a Ipsos revelou que sete em cada dez trabalhadores remotos escolheriam trabalhar em casa “o tempo todo” (37%) ou “a maior parte do tempo” (35%), enquanto cerca de um quarto aceitariam por trabalhar em casa “algum tempo” (23%) e apenas 6% optariam por trabalhar remotamente “raramente ou nunca”.
Outros dados mostram que 70% dos funcionários que atuam totalmente em sistema home office esperam continuar assim na próxima década. E mesmo os trabalhadores que exercem suas atividades totalmente em escritórios esperam mais flexibilidade no futuro, com 61% dizendo que querem ser híbridos em 10 anos.
Ainda segundo o estudo Post-Ipso, a principal razão pela qual as pessoas desejam trabalhar em casa é não ter que se deslocar. Também entram na lista ser mais fácil cuidar das crianças e permitir que se se concentrem melhor nas tarefas.
Apesar da preferência clara pelo home office, tem gente disposta a sacrificar a flexibilidade por salários mais altos, com 65% dos trabalhadores remotos relatando que preferem um emprego que pague mais, mas exija tempo regular no escritório, a um trabalho que pague menos, mas permita que trabalhem remotamente (35%).
Entre os trabalhadores totalmente remotos, 55% dizem que aceitariam um emprego com remuneração mais baixa para não terem de comparecer presencialmente, enquanto 45% aceitariam um emprego com remuneração mais alta que exigisse que eles se deslocassem alguns dias.
As atitudes em relação ao trabalho remoto diferem entre os profissionais da Geração Z: apenas 29% dos jovens com idade entre 18 e 26 anos priorizam o home office. Mas isso, segundo o estudo, pode ter a ver com o fato de que essa faixa etária tem maior probabilidade de ter trabalhos que não podem ser feitos de casa (67%), em comparação com 49% dos funcionários com idades entre 27 e 34 anos.
O portal Business Insider observa que as descobertas do relatório do Post-Ipsos surgem no momento que as empresas, sobretudo as de tecnologia, exigem o retorno aos escritórios.
Para muitos executivos, o trabalho presencial aumenta a produtividade e a criatividade e melhora a colaboração entre as equipes. E alguns líderes têm uma postura polêmica em relação ao home office. Caso de Elon Musk. Para ele, o trabalho remoto é “moralmente errado”.
Mas os funcionários não aceitam essas imposições. Na Amazon, um grupo de colaboradores de Seattle, nos Estados Unidos, planeja se desligar da empresa no final do mês devido à diretriz de retorno. E, na Disney, mais de 2 mil funcionários assinaram uma petição em fevereiro para lutar contra o mandato de trabalhar presencialmente quatro vezes por semana. (Fonte: Época).